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Feb 26, 2021 - 2 minute read

“É preciso pensar duas vezes antes de desconfinar”

Marcelo Rebelo de Sousa considera que é “uma questão de prudência e segurança” manter a “Páscoa como um marco” para o momento de desconfinamento. Numa declaração ao País, feita ontem ao final do dia a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, o Presidente da República defende que “se estude e prepare, com tempo e bem, o dia seguinte. Mas que se escolha melhor ainda esse dia, para não se repetir o que já se passou”. O chefe de Estado pede ainda que “nunca se confunda estudar e planear com desconfinar”.

Marcelo Rebelo de Sousa diz que decidir pressupõe a “solidariedade institucional e estratégica entre o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo com um único fim: enfrentarem juntos a causa comum. Assim tem sido, assim continuará a ser. Sendo certo que o Presidente República, pela natureza das coisas, é o principal responsável”.

Numa mensagem em que desaconselhou um desconfinamento antes da Páscoa para evitar “mensagens confusas ou contraditórias” em relação a esse período, o chefe de Estado defendeu que “planear o futuro é essencial, mas desconfinar a correr por causa dos números destes dias será tão tentador quanto leviano”.

Citando um quase clássico: Um povo que não conhece a sua História está condenado a repeti-la. Nós conhecemos bem a História deste ano de pandemia. Não cometeremos os mesmos erros. E temos a esperança - a esperança não, a certeza - de que, se formos sensatos, o pior já passou", afirmou.

 

Os dois lados da moeda

Marcelo Rebelo de Sousa diz que a saúde mental está “crescentemente abalada” com o confinamento. O Presidente acrescenta ainda que com “dupla segurança de vacinas e testes seria possível desconfinar sem os riscos do passado”. Estes, lembra, são os argumentos de quem quer a abertura das escolas “no imediato”.

Este cenário, diz, “é o mais sedutor” para quem tem o desgaste do confinamento, mas diz que “há outro prato na balança: o número de internados ainda é quase o dobro do indicado por intensivistas e o número de cuidados intensivos é mais do dobro do que o aconselhado para não haver rutura”.

O chefe de Estado diz que devido “ao atraso da entrega de vacinação”, não haverá “no próximo mês, mês e meio vacinação que possa garantir a que seria necessária para as escolas” e que “estas razões opostas fazem pensar duas vezes em haver aberturas apressadas por muito sedutoras que sejam”.