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Apr 7, 2021 - 3 minute read

É o salve-se quem puder

O cenário é negro. Marítimo e Nacional ocupam, respetivamente, a penúltima e a última posição da tabela classificativa da I Liga. É preciso recuar até à longínqua temporada 1984/85, para encontrar a derradeira vez em que o principal escalão do futebol português não contou com equipas madeirenses. Se as piores perspetivas se confirmarem, ou seja, ambas as equipas forem despromovidas, o Marítimo interrompe a longa série de 36 anos consecutivos ao mais alto nível (melhor sequência só os crónicos «três grandes», que participaram em todas as 87 edições do campeonato, e o SC Braga que não desce há 46 anos, desde 1974/75). Já o Nacional, se descer, continua a prolongar a sua «Era Carrossel», num sobe e desce perfeito desde 2016/17, quase semelhante ao que o rival do Almirante Reis vivenciou no arranque da década de 1980, porém o Marítimo só desceu duas vezes, ao passo que os alvi-negros podem rubricar a terceira descida em cinco anos e quarta da história. Juntando o União a estas contas - azuis-e-amarelos que têm seis participações na I Divisão -, seria inédito duas equipas madeirenses descerem ao mesmo tempo. Salvem-se, se puderem. Vamos aos números. Analisando os dados à 25.ª jornada (ver tabelas abaixo) a última vez que o Marítimo esteve na penúltima posição, em 1980/81, acabaria por descer. Se convertermos os dois pontos por triunfo à época pelos três pontos por vitória da atualidade, chegamos à conclusão que esta é a pior temporada de sempre dos verde-rubros nesta fase da competição, com menos um ponto do que há 40 anos. A diferença é que em 2020/2021 é a turma de Julio Velásquez terá mais quatro jogos para emendar a mão do que a equipa de 1980/81. De referir ainda que em 1982/83 (14.º lugar), 1977/78 (14.º) e 1985/86 (13.º) o Marítimo ocupava lugares de risco por esta altura, no entanto acabaria por salvar-se nas duas últimas épocas referidas. No que toca aos registos do Nacional, refira-se que esta é a segunda pior época de sempre do emblema regional ao nível de pontos, recorrendo a conversão pontual atrás citada. Pior mesmo só em 1989/90 no segundo participação no campeonato, mas acabaria por sobreviver no final da temporada. Para além destas duas vezes, por outras duas ocasiões o clube esteve abaixo da linha de água por esta altura, em 1990/91 (desciam cinco equipas) e em 2016/2017, ano que arrancou com Manuel Machado como timoneiro e terminou com João de Deus nos «últimos metros». Em ambas o Nacional não conseguiu levar a melhor na luta pela permanência. A tarefa para o que resta deste ano também não se augura fácil.