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Apr 11, 2021 - 5 minute read

É no aproveitar que está o rendimento!

Leo Andrade, defesa do Marítimo, controla a bola perante o olhar de Ryan Gauld e o árbitro Manuel Mota. Jogadores nos festejos do golo que deu três preciosos pontos aos verde-rubros. É no aproveitar que está o rendimento! Um golo de Alipour garantiu três pontos ao Marítimo, num triunfo conquistado à base da sólida organização defensiva e, principalmente, da categoria do guarda-redes Amir. Por Paulo Graça
Depois das derrotas com o Famalicão e Benfica, Julio Velázquez respondeu às críticas com a entrega dos jogadores e uma vitória à tangente e pouco cintilante ante o Farense. Pontos que, nesta altura, serão sem dúvida o mais importante para uma equipa que vive sistematicamente com ‘a corda na garganta’…Um jogo que ficou marcado, também, pela exibição dos iranianos Alipour e Amir, o primeira a marcar e, o segundo, a defender. Apostando numa equipa claramente preparada para não perder, a equipa ganhou o jogo e garantiu também mais um pouco de equilíbrio emocional para o futuro difícil que se aproxima. Conseguiu marcar e ‘aguentar’ o resto do jogo para amealhar três precisos pontos..  Foi uma vitória sofrida que valeu, para já, a saída da zona de despromoção. E a exibição, essa, fica para outros momentos, pois a equipa limitou-se a aproveitar a oportunidade que teve e lutar. E lutou muito! O jogo começou com uma melhor postura ofensiva do Farense, que chegou a importunar várias vezes a defensiva contrária. Contudo, a equipa da casa chegou ao intervalo muito melhor e em vantagem.  A equipa de Jorge Costa começou melhor, chegava à baliza mais rápido e com mais critério, jogando o Marítimo mais na base da vontade e do aproveitar das bolas cruzadas e lançadas para Joel e Alipour, os avançados da equipa. Por isso, não foi estranho que só tenham surgido dois lances de perigo, um deles deu golo e, o outro, deu um suposto caso de jogo. Mas vamos aos factos. Foram 45 minutos recheados de emoção, mas uma primeira parte jogada com um futebol pouco atraente, sem qualidade técnica individual e coletiva e sem grandes oportunidades de golo, em bom rigor, de parte a parte. Contudo, casos e um golo deram para alegrar 45 minutos muito mal jogados. Caso do jogo e golo do Marítimo A emoção veio aos 33 minutos, quando Amir fez uma dupla defesa a bolas cabeceadas por adversários, ficando a dúvida se, na segunda defesa, o guarda-redes conseguiu fazê-lo ainda antes da bola transpor a linha de baliza. Parece que sim. Mas é um lance de muitas dúvidas, mas que fica, também, marcado pelas duas excelentes defesas do guarda-redes do Marítimo.  Já árbitro e VAR não tiveram dúvidas, até porque só o sistema eletrónico da linha de baliza (que não existe na Liga NOS) é que podia tirar as dúvidas se a bola entrou ou não. E com isso, o nulo prosseguiu a atormentar a fraca partida.  Já perto do final da primeira parte, nova agitação nos bancos com o golo do Marítimo, aquele que viria decidir a partida. Na altura em que estava por cima do jogo, a equipa verde-rubra chega ao golo por Alipour, que finalizou um lance “trapalhão”, onde a bola andou a bater em toda a gente até chegar ao iraniano, que agradeceu e colocou o Marítimo em vantagem. A bola tabelou em dois jogadores do Farense ainda antes de ir ter com o avançado verde-rubro. Ainda ficou a dúvida se o jogador do Marítimo tinha jogado a bola com o braço, mas o VAR confirmou que tudo foi legal. Um golo bonito e de excelente execução técnica do iraniano. E, o Marítimo chegava ao intervalo a ganhar, o que até não tinha feito muito para merecer. Mas, mais uma vez, quem consegue marcar na única oportunidade de golo, também merece prémio. No regresso das cabines em vantagem e com três jogadores cruciais ‘amarelados”, o treinador Julio Velasquez arriscou …na defesa do resultado! Foi uma segunda parte onde apenas uma cabeçada de Zanaidine e um remate de Leo Andrade, ainda antes dos primeiros dez minutos, assustaram o guarda-redes Beto, que defendia a baliza do Farense. A partir daí, Beto foi mais um defesa do que um guarda-redes. Pelo contrário, o seu análogo Amir ia aguentando o resultado, efetuando defesa atrás de defesa. Foi assim, aos 58 minutos, a remate de Madi, aos 66, a remate de Pedro Henrique, além de mais umas saídas seguras em lances de bola parada. O resto, o treinador do Marítimo foi apurando, colocando em campo jogadores da linha média e da defensiva, claramente numa atitude de defesa do resultado e dos três pontos. Muita bola pouca qualidade Até ao apito final de Manuel Mota, árbitro da partida, a equipa de Jorge Costa bem tentou chegar ao empate, tentando suprimir o prejuízo de mais uma derrota. Contudo, esbarrou numa muralha da equipa insular, que acabou o jogo com oito jogadores de caraterísticas defensivas. O Farense acabou o jogo com muitos jogadores a povoarem a área da baliza de Amir, mas mesmo nos descontos foi evidente a falta de qualidade da equipa na finalização, muitas vezes devido ao bom posicionamento da defesa verde-rubra, que assim garantiu uma vantagem que pode ser importante na fuga à despromoção. Triunfo que fugia dos Barreiros há sete jogos consecutivos. FOTOS HOMEM DE GOUVEIA/ LUSA FOTO LUSA/HOMEM DE GOUVEIA